Existe tempo ideal para um atendimento psicológico?

Uma dúvida comum entre as pessoas que procuram atendimento psicológico, online ou presencial, até mesmo entre alguns profissionais, é se existe um tempo ideal para uma sessão de psicoterapia.

A principal preocupação, normalmente, é se isso pode ou não afetar o sucesso da intervenção terapêutica. Resumidamente, não há um consenso quanto à existência de um tempo padrão.

A maioria dos psicólogos e terapeutas em geral tem como referência a duração de 1h (uma hora), mas isso não é regra, e por várias razões. Abaixo, listo apenas três que considero importante destacar:

  • 01 – Disponibilidade: nem todas as pessoas possuem condições de estar por um tempo “X” em atendimento, tanto por questões pessoais, como profissionais, familiares e outras razões;
  • 02 – Tipo de técnica: a abordagem psicológica influencia muito na questão do tempo de um atendimento psicológico. Quando encaramos isso pela perspectiva existencial-humanista, por exemplo, entendemos que o cliente/paciente é o/a “senhor(ra)” da sua demanda, consequentemente é a dinâmica desenvolvida durante o processo que vai dizer o que para esta pessoa é suficiente ou não em uma sessão;

É importante ressaltar, contudo, que o profissional sempre deve trabalhar com um limite de tempo. Neste caso, o atendimento psicológico, em uma sessão, não deve ser infinito, digamos assim, pois a própria estipulação de um “fim” possui caráter terapêutico.

Se um cliente/paciente, por exemplo, não quer finalizar a sessão, mesmo após o “X” tempo estabelecido pelo profissional, o psicoterapeuta deve analisar o motivo dessa solicitação, levando em consideração as especificidades de cada caso e o que isto pode significar em nível terapêutico.

O mesmo se aplica quando a pessoa atendida decide terminar a sessão antes do tempo “X” previsto pelo profissional. Esse término antes do previsto pode ocorrer quando o atendido sente que o seu objetivo, para aquele momento, foi atendido, e isto deve ser respeitado.

  • 03 – Tipo de demanda: algumas pessoas não conseguem se submeter a um tempo “X” de atendimento psicológico, simplesmente porque a própria demanda torna isso uma dificuldade.

Quando o profissional não entende isso, ele insiste em fazer com que o seu cliente permaneça no consultório até o fim, mesmo percebendo que, a partir desse momento, psicologicamente falando, a pessoa atendida já não esteja mais correspondendo ao processo terapêutico.

Nesse casos, o que deveria ser um atendimento conduzido com naturalidade, em respeito à dinâmica da pessoa atendida, torna-se uma espécie de “tortura” emocional para ela, que se vê constrangida a continuar algo não por livre escolha, mas por pressão do profissional.

Considerações

Como podemos observar, o tempo “ideal” de um atendimento psicológico è àquele que se adequa à cada demanda, salvo apenas quanto à estipulação do limite máximo de encerramento, que cabe ao profissional e é necessário.

Todos os casos, porém, devem ser avaliados conforme as especificidades de cada atendimento, demandas tratadas e abordagem. Eis o motivo pelo qual é de suma importância a realização do contrato terapêutico, algo que poderemos abordar em outra ocasião.

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